Recomendações ao usar diagnósticos com poucos ou nenhum fator relacionado/de risco
Assim como a terminologia da NANDA-I evoluiu ao longo dos anos, também evoluiu nosso pensamento. Educadores têm enfatizado que, para remover a causa subjacente do diagnóstico de enfermagem com foco no problema, as intervenções de enfermagem devem ser direcionada a fatores relacionados (etiológicos) ou, para prevenir o diagnóstico de enfermagem de risco, as intervenções de enfermagem devem ser direcionada a fatores de risco que aumentam a suscetibilidade. No entanto, até a edição 2018-2020, os diagnósticos incluíam muitos fatores relacionados/de risco que não eram passíveis de intervenções de enfermagem independentes. Isso causou uma séria confusão entre estudantes, educadores e enfermeiros da prática clínica ao longo dos anos.
Após muita revisão e discussão, determinou-se que muitos fatores categorizados como relacionados/de risco eram importantes para o raciocínio clínico (eles nos ajudam a diagnosticar com acurácia), mas as intervenções de enfermagem não poderiam removê-los ou alterá-los. Para ser útil clinicamente e para atingir o objetivo de identificar fatores etiológicos, isso precisava mudar. Portanto, criamos duas novas categorias: populações em risco e condições associadas.
As listas de fatores relacionados/de risco foram revisadas e apenas os fatores que poderiam ser removidos ou melhorados por intervenções de enfermagem foram mantidos. Após separar os fatores relacionados/de risco da décima edição da terminologia nas duas novas categorias, verificaram-se diagnósticos com poucos ou nenhum fator relacionado/de risco. Portanto, durante o ciclo anterior e o próximo, temos nos concentrado no desenvolvimento de fatores relacionados/de risco clinicamente mais úteis, sobre os quais os enfermeiros poderiam intervir. Agradecemos sua compreensão e cooperação e os incentivamos a participar desse processo, recomendando fatores baseados em evidências que sejam passíveis de intervenções de enfermagem independentes.
Por fim, é muito importante entender que a terminologia da NANDA-I não é um produto completo ou acabado, mas sim, que estará sempre evoluindo à medida que nossa base de conhecimento aumentar. Quando os usuários encontrarem a
frase “a serem desenvolvidos”, ou quando houver uma lista muito limitada de fatores relacionados/de risco, nós os encorajamos a pensar de maneira crítica e lógica. Na prática, você precisa considerar fatores relacionados/de risco apropriados para seu paciente com base em teorias, literatura, pesquisa de apoio, opinião de especialistas e sua própria experiência clínica. Lembre-se de que os fatores que você escolher usar devem ser aquilo que um enfermeiro pode melhorar ou remover por meio de uma intervenções de enfermagem independentes. Ao mesmo tempo, pedimos que você submeta esses fatores relacionados/de risco recém-identificados à NANDA-I para subsidiar a revisão dos diagnósticos, de modo que seu trabalho possa ajudar a fundamentar o raciocínio clínico de outras pessoas que usam nossa terminologia.
Acreditamos ser importante explicar aos alunos que a linguagem de enfermagem está evoluindo à medida que nossos conceitos evoluem – e nem sempre conseguimos acompanhar! O refinamento dos diagnósticos de enfermagem se mantém como um processo contínuo. Isso mostra que nossa disciplina está em constante evolução e que os alunos precisarão se comprometer com a aprendizagem ao longo da vida para manter a atualização em nosso campo de estudo.